Uso de Medicamentos e Produtos de Cannabis
Para conhecimento...
- Os produtos à base de Cannabis são produtos
industrializados com finalidade medicinal, que possuem como ativos,
exclusivamente os derivados vegetais ou os fitofármacos da Cannabis sativa.
- Existem
Medicamentos
Fitoterápicos a base de Cannabis e Produtos de Cannabis que possuem critérios
distintos para registro na ANVISA. Por não possuírem estudos
clínicos que comprovem a eficácia e segurança definidos pela ANVISA, não
são considerados medicamentos.
- Os produtos medicinais de Cannabis foram
autorizados pela ANVISA
como uma
nova categoria única e separada chamada “Produtos derivados da cannabis”,
e
estão sujeitos à autorização sanitária, conforme a RDC 327/2019.
- Além dos produtos derivados de cannabis
regulados pela ANVISA,
existem
medicamentos sintéticos de cannabis (THC: Dronabinol e Nibilone) que não estão disponíveis no Brasil e
produtos não regulados (óleos e preparações artesanais).
- Produtos medicinais a base de cannabis estão
disponíveis no mercado, nacional e internacional, em diferentes formulações e
concentrações de CBD e THC.
- Não há evidências de alto nível sobre
dose e frequência dos Produtos de Cannabis, sendo assim, não há uma
recomendação validada sobre a dose ideal.
- Diversos fatores podem influenciar a
eficácia e segurança, como interações com medicamentos e alimentos, condições
clínicas, exposição prévia, idade e fatores genéticos.
- Deve ser iniciado com a
menor dose e aumentado
conforme
a resposta clínica.
A titulação
da dose deve ser lenta
e
cuidadosamente avaliada com o paciente.
Produto de Cannabis
Não há necessidade de apresentação de estudos clínicos que comprovem a
qualidade e segurança. Foco no PRODUTO - O regulamento exige que
os fabricantes tenham:
- Certificado
de Boas Práticas de Fabricação (emitido pela Anvisa);
- Autorização
especial para seu funcionamento;
- Conhecimento
da concentração dos principais canabinoides presentes na fórmula do produto;
- Documentação
técnica da qualidade dos produtos;
- Condições
operacionais para realizar análises de controle de qualidade dos produtos em
território brasileiro.
Indicação, dose e frequência são a
critério médico.
Evidências Científicas- Epilepsia
– adulto e pediátrico - Síndrome de Lennox-Gastaut e Dravet.
- Esclerose múltipla - Espasticidade resistente
- Dor crônica em adultos
Cuidados Paliativos
- Náuseas
e vômitos induzidas por quimioterapia.
Interações medicamentosas
Canabinóides podem:
- Aumentar o nível sérico de varfarina e tacrolimos.
- Aumentar o efeito taquicárdico dos simpaticomiméticos, anticolinérgicos e antidepressivos tricíclicos.
- Aumentar o risco de hipoglicêmia relacioando ao uso de beta-bloqueadores.
Alimentos podem aumentar em até 04 vezes a AUC do cannabis quando administrado com alimentos rico em gordura.
Não deve ser a primeira escolha
terapêutica, apenas casos refratários ou condições clínicas órfãos de
tratamento com evidência científica. Cuidados especiais, principalmente com
THC:
- Gravidez
e puerpério
- Crianças
e adolescentes
- Vício
a outras drogas
- História
pessoal ou familiar de psicose, como esquizofrenia e bipolaridade.
Cannabis composiçãoForam encontrados, aproximadamente, 500 componentes naturais na planta da Cannabis sativa, destas, 100 foram classificadas como cannabioides. Sendo a substância mais comum o Tetra-hidrocanabinol (THC) e Canabidiol (CBD), mas há diversos outros cannabioides com interesse clinico em estudo.
CBD (Canabidiol): Psicotomimético, não produz os efeitos eufóricos
e confusão mental típicos do THC.
Efeitos clínicos: Anticonvulsivante, redução da dor, ansiolítico
e antipsicótico.
Dose usual:
Adulto: 200 a 300 mg/dia
Pediátrico: 5 a 50 mg/kg/dia
Dose máxima: 1000mg foram considerados seguros, mas deve ser avalido o aumento de eventos adversos.
Potenciais eventos adversos: Erupção cutânea, perda de peso, diminuição do apetite, diarreia, vômitos, anemia, aumento da alanina aminotransferase sérica, aumento das transaminases séricas, infecção, infecção viral, sonolência, fadiga, insônia, letargia, mal-estar, estado sedado, distúrbio do sono, astenia e febre.
THC (Delta 9 Tetra-hidrocanabinol): Componente psicoativo do Cannabis.
Efeitos clínicos: Redução de náuseas, vômitos, redução
da dor, redução do espasmo muscular, melhora do sono e apetite.
Dose usual:
Adulto: 2,5 a 20mg/dia
Pediátrico: Usualimente se utiliza em crianças, mas deve ser considerado risco-beneficio. Discutir com especialista.
Dose máxima: 40mg/dia
Potenciais eventos adversos: Tonturas, fadiga, palpitações, taquicardia, anorexia, constipação, diarreia, aumento do apetite, náusea, alteração da mucosa oral, úlcera da mucosa oral, coloração do dente, dor abdominal superior, vômito, xerostomia, amnésia, comprometimento do equilíbrio, confusão, despersonalização, depressão, desorientação, perturbação da atenção, sonolência, disartria, euforia, queda, sensação anormal, sensação de intoxicação, letargia, mal-estar, comprometimento de memória e vertigem.
Referencias:
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância
Sanitária. Entenda: produtos derivados de Cannabis. Disponível em:
<https://bit.ly/37Z8SNd>. Acesso em 26 fev. 2020.
https://www.health.qld.gov.au/__data/assets/pdf_file/0023/634163/med-cannabis-clinical-guide.pdf
https://pharmaceutical-journal.com/article/opinion/pharmacists-must-take-the-lead-on-medical-cannabis
Para consulta de comparativos, precrição e locais de aquisição: